Toxina digital

Steve Jobs disse “a tecnologia move o mundo”, o inventor e empresário tinha razão. Tecnologia, internet, redes sociais, cada dia que passa estamos mais conectados, mais antenados, informações na palma das mãos. Sem dúvidas a tecnologia move o mundo, ela facilita a vida e traz agilidade ao dia a dia. 

Tem rede social para todo gosto, tem para relações de trabalho, compartilhar o dia a dia, para postar fotos, inspirações, compartilhar textos. Eu acompanhei a transição das salas de bate papo, para o MSN, o surgimento do Orkut, Facebook, até que chegamos no Instagram e Whatsapp. Quando a gente para e pensa sobre o real propósito das redes sociais, a gente imagina que seja de aproximar pessoas que estão longe. É um lugar onde grupos se fortalecem para criar engajamento a suas causas, onde admiradores e fãs conseguem de algumas forma estar mais perto de quem se admira. 

Assim vemos que a intenção das redes sociais é positiva, no entanto, existe o lado negativo também. Da mesma forma que pessoas disseminam o amor, o bem, notícias e momentos felizes, existem pessoas que destilam todo seu ódio, preconceito e ignorância nessas redes. Não é difícil achar grupos, páginas, perfis que se utilizam de máscaras e saem por aí de forma irresponsável e até criminosa disseminando uma chuva de comentários, frases, vídeos maldosos.

Existe ainda um outro ponto muito importante nos perfis de redes sociais é que na internet você pode ser quem quiser e mostrar apenas o que tem convém. São inúmeros perfis mostrando uma vida repleta de luxo, glamour, viagens, roupas, carros e casas… enfim muita ostentação! Pessoas compartilhando uma vida praticamente perfeita, sem problemas, que quando você olha parece até um personagem de conto de fadas… coisas que a gente bem sabe que não existe, que no mundo real todo mundo tem problemas. 

Com esses monte de perfil de “vida perfeita” por aí, as pessoas começaram a perceber que era preciso mostrar a verdade, que existiam muitos seguidores que buscavam uma identificação real com os ‘’influencers’’.  Parte dos usuários queriam seguir alguém que fosse “gente como a gente”, e aí passaram a existir os que compartilham sim um certo glamour de suas vidas, mas mostram que trabalham muito, conversam com seu público e mostram que são seres humanos, que possuem fraquezas, forças, medos, sonhos, realizações e frustrações também. Mostram que não há nada de errado em ser Ser Humano.

Já deu para perceber que as redes de relacionamento são um campo muito amplo e que abrem espaço para tudo. 

O problema é quando uma geração começa a adoecer porque não consegue se sentir parte de nenhum grupo. Quando alguém começa a tentar viver a vida perfeita que não existe porque começou a se modelar em um perfil que nem mesmo se sabe se é real. Quando pessoas acham que podem falar o que quiserem sem serem responsabilizadas por suas palavras e disparam ofensas a outras pessoas. O problema das redes sociais é quando o usuário esquece que ela nada mais é do que uma rede de pessoas que estão buscando se conectar a pessoas que elas gostam, que elas gostariam de ter por perto, mas que por algum motivo isso não é possível. O problema é acreditar que do outro lado tem uma máquina, que não sofre, não sente, não ama. O problema é usar a rede social de forma irresponsável, sem pensar no outro, tanto quando você vende uma ideia que não existe quanto você saí por aí liberando ódio. 

A culpa não é das redes sociais, a culpa dela se tornar tóxica é exclusivamente de seus usuários, que não estão bem resolvidos consigo mesmos na vida real, e se utilizam do ambiente virtual para descarregar suas frustações, se utilizam de máscaras para parecer ser quem não é, vivendo uma realidade paralela porque não conseguem viver suas realidades. 

Então amigo leitor, ficamos com a reflexão… Será que sou uma pessoa tóxica? Será que torno o ambiente virtual um lugar ruim? Sempre é bom parar e refletir sobre nossas ações, em como elas podem influenciar na vida de outra pessoa. Devemos nos inspirar na tecnologia e buscar sempre evoluir e melhor, diariamente apresentar ao mundo uma versão nossa atualizada e melhorada.

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